segunda-feira, 9 de maio de 2011

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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Aquele rapaz era muito bonito, dono de uma beleza notável e serena.
Todos os olhares eram voltados para ele, homens e mulheres... Muitas destas mulheres enlouqueciam, apaixonavam-se loucamente (os homens também, diga-se de passagem). Ele seduzia todas as moças, mas abandonava uma por uma, escorrendo muitas lágrimas em um só "puxão do band-aid". Ele não suportava o peso de tantas paixões.
Apesar desse comportamento pérfido em relação aos mais puros sentimentos dessas miseráveis senhoritas, ele admirava essas mulheres, sim, admirava! Sendo assim, a única coisa que ele queria nessa história toda era se jogar de quatro no chão, esfolar os joelhos e rasgar o cu.

profundíssimamente ausente

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Um copo d'água e litros de lágrimas inundando os lençóis.
Se lambuza de porra, de cheiros, de corpos, de mijo, de merda, de náusea.
Transfere a dor e a falta de amor no cigarro tragado.
A vida é bela: ele profere com a canção que se engana e dissolve sua melodia incerta e desiludida no cômodo vazio.
Cicatrizes alheias são instigantes, é encantador quando se passa a mão naquela pele morta, retorcida e sofrida, lutando para não deixar escapar mais nenhuma gota de sangue.
Bebe-se do sangue perdido. Bebe-se de vinho barato. Bebe-se de vento. Bebe-se de saliva de bocas desesperadas que não sabem onde estão e porquê estão.
Morre-se de gozo, de cansaço, de ausência, de desgosto, de conformação com o tudo que é nada.

Classificados

sábado, 24 de julho de 2010

VENDE-SE:
- Cartas de adolescentes com graves problemas psicológicos, ano: 2005 à 2006 (com respectivos envelopes e selos carimbados pelos correios);

- Blusão verde musgo masculino, tamanho M. Semi-novo (apenas 2 meses de uso). Marca: Angelo Litrico. 100% acrílico. Produzido na China;

- Camiseta Vermelha masculina, tamanho GG. Semi-nova (apenas 3 anos de uso). Marca: Kohmar. 100% algodão. Indústria Brasileira.

- Toalha de banho multicolor. Marca Appel. Indústria Brasileira. Usada (apenas 10 anos de uso).


DOA-SE:
- Informativo: "O Caminho do Amor", sua divina graça: S´rïla Bhaktivedãnta Nãrãyana Gosvãmí Mahãrãja.

Attention!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Você pode estar sendo vítima de uma falsificação vital.

Nota de falecimento

domingo, 13 de junho de 2010

A chuva varre tudo, mas hoje não chove. O vento leva tudo embora, e nessa noite me sinto em meio a um vendaval.
Sinto-me ingênua, confusa. O vento passa e, tudo que está no caminho, carrega com ele, sempre, sempre. Me sinto ingênua mais uma vez. Me sinto seca e vazia. Sonhava com tudo e acordei no nada.
Não tenho créditos para reivindicar, fui avisada com antecedência que o vento não é bonzinho e, passaria violentamente por mim. Passou.
Ele é branco feito defundo. Se esconde naquele corpo morto, não quer ser visto, não quer amar, não quer ser amado.
Todos podem ver que já está morto, embora ainda caminhe, fale, respire, coma, mije, vomite, peide, durma, ronque, beije, trepe.
"É como as pessoas que são enterradas e os familiares ficam pagando aluguel do cemitério".

Cílio

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Apesar de toda a bosta em que eu me encontrava, aquele simples cílio caído dos olhos dela e - de repente - grudado no meu dedo, sossegou a minha noite.

Amoerda

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Que mania essa de amar, amar, amar.
Ser amado, amar, ser amado, amar e amar e amar e ser amado.
Que repugnância, que tédio.
Será que dá pra viver um pouco pra si mesmo e nada mais?
As pessoas perdem a coisa mais importante da vida: a personalidade. Sem ela vemos por aí, andando pra lá e pra cá, todos os dias, um bando de cadáveres tomando cerveja e celebrando coisas que eles nem sabem o que e pra quê, em prol dos vícios e/de conceitos da sociedade. E pelo quê nivelam a espontaneidade? Pelo AMOR.
Tudo pelo amor, merde!
Que a maré leve o amor daqui, não o quero mais! Cansei dos seus vícios, sacrifícios.
A maré, amaré, amare, amar, ama, am?

Por una cabeza

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Oh, meu bem, como você é pequeno, como é bebê, uma coisinha assim de nada, pequerrucho, pequenote, pequenito na sua pequenez. É simples, sem qualquer complexidade de sentimentos. Apenas fome e sono. A minha vontade era pegar você no colo, colocar-lhe uma chupeta na boca, para não falar mais nenhuma besteira, e ficar embalando você por muitos anos para que você durma, e enfim, amanheça como um homem de verdade, e todo meu.
Você ainda não entende dessas coisas de amar. Não sabe que a dança deve ser conduzida por dois, e não por um. Dois inebriados, extasiados, apaixonados na pior pieguice. Nada deve ser contido. Tudo deve ser aflorado, todos os sentimentos. Sentir. Sinta. Sinta muito! Sinto muito, meu caro, mas não foi dessa vez, você ainda não sabe dançar, e me deixou, deselegantemente, dançando sozinha. Me entreguei completa e consciente à perda da razão. Você teve o impulso para se jogar, eu até senti, mas esmoreceu, coisas assim não se deixa esmorecer, coisas assim não se perde. E você perdeu, você não soube, cordialmente, pegar na minha mão e me convidar para bailar. No final, eu tive que correr pela cidade, sem ar e sem ninguém para me receitar um plasil para náuseas e vômitos, à meia-luz. Por fim, dancei um tango argentino, sem par.
Não, querido, não faça essa sua cara de nojo! Eu estou bem. Estou sã novamente, e preparada para mais um mambo bem caliente!

O (bordel) coletivo

terça-feira, 30 de março de 2010

Ônibus lotado: o fim da dignidade tão preservada e cultuada pelas pessoas sérias e honestas.
Após um dia inteiro de trabalho e de cansaço, essas pessoas sérias sobem naquele ônibus abarrotado de gente e todo mundo "cai na vida" de uma hora pra outra.
As instruções para "cair na vida" são muito simples, apenas entre nesses malditos ônibus das 18h, de preferência, que é horário de pico e vire prostituta ou cafetão em apenas 1 minuto: roça bunda, roça braço, roça pé, roça mão, roça perna, roça ombro, roça peito, roça pinto!
Quando está na sua hora de descer do ônibus, você se despede do pessoal e coloca o pé pra fora do inferno - exausta - porém honesta (mais uma vez) e satisfeita pelo final de mais um dia de caos!

uma voltinha no HPS

quinta-feira, 25 de março de 2010

Saí do médico indignada. "Não, vou para o pronto socorro agora mesmo!"
Cheguei no hospital e me dirigi até o setor de atendimento, fiz meu cadastro; o rapaz me disse: segue esse corredor até o final e bate na porta 5.
Fui em direção à gloriosa "porta 5" que, finalmente, resolveria todos os meus problemas. Havia uma folha branca "A4" grudada na porta com fita durex que dizia o seguinte: Por favor, bata na porta e aguarde. A porta estava entre-aberta, dei uma olhada para dentro e não vi ninguém; nesse momento, dois sujeitos destroçados e imundos, que estavam sentados nas "cadeiras de espera", me disseram: pode bater, moça, é pra bater mesmo!
Bati na porta... A enfermeira arrancou o cadastro que estava nas minhas mãos e com uma estupidez indescritível, rosnou: é só aguardar!
Encostei-me na parede, não quis me sentar, com receio dos dois sujeitos mal-encarados (aqueles que aguardavam nas cadeiras de espera), fiquei observando os enfermos passarem nas suas cadeiras de rodas pelo corredor, de lá pra cá, com seus pés quebrados, seus dedos cortados, seus rostos arrebentados, ensanguentados. De repente um dos sujeitos começou a falar comigo... Moça, é melhor sentar, vai cansar! A gente chegou aqui às 2 horas da tarde e não fomos atendidos AINDA! Isso é uma piada, essa merda, esses cretinos, idiotas, eles são pagos pra ficarem de papo, tá vendo, tá vendo? Estão de papo lá dentro, não chamam a gente e ficam de papo... Tô dizendo, a gente chegou às 2 horas! ÀS DUAS HORAS!!!
É melhor se sentar, moça, a gente se acidentou de moto hoje, olha aqui meu pé, minha perna, minha boca, minha cabeça. Nesse momento, o sujeito me mostra todos os cortes e feridas abertas que ele tinha; a carne exposta, o sangue exposto, a dor...
Finalmente fui chamada e atendida em menos de 5 minutos.
Uma injeção na bunda? Não! Puuts!
- Voltarem 75.
- Vai doer?
- Não!
- Tem reações adversas?
- Não!
- Baixa a pressão?
- Não, acompanhe a enfermeira para que ela lhe aplique a injeção!
Ai, ai, ai...
- Pronto! Agora você vai ficar boa, amanhã vá consultar no postinho do SUS, tá? Passar bem!
Hoje conheci a enfermeira mais estúpida do mundo. Eis aí as enfermeiras do nosso maravilhoso sistema de saúde pública, que satisfação em participar dessa porcalhada!
Ao sair da sala "5" me deparo com uma, duas, três, quatro macas, mas a quinta... A quinta maca estava suja, mas suja mesmo, bem suja. Era um líquido avermelhado, passou perto de mim, a enfermeira disse: hoje a noite é quente!
Lembrei do suco de goiaba que costumava tomar no aeroporto, fazendo barraco com o ex-amante!
Hummm, suco de goiaba é sempre bom, em noites e dias quentes!

decepção no restaurante

quarta-feira, 24 de março de 2010 


O Seu Orestes, muito gentil, disse para a dona do restaurante atender-me primeiro...
A Dona do Restaurante: Ah, sim, primeiro as mulheres, não é, seu Orestes!?
Seu Orestes: Sim, as damas primeiro, sempre!
Seu Orestes: Sou um homem muito educado, sou um homem em extinção!
Seu Orestes: Essa mocinha nunca vai encontrar um homem como eu!
A Dona do Restaurante (constrangida): Ah, Seu Orestes, mas pode ser que ela encontre!
Seu Orestes: Não, nunca! Ela nunca vai encontrar um homem como eu! Olha esse piercing, ela não é de Deus! Não é uma mulher de Deus!
Nesse momento eu apenas concordo com a cabeça e penso: realmente, eu não sou "de Deus"! (háhá)