segunda-feira, 9 de maio de 2011

Por una cabeza

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Oh, meu bem, como você é pequeno, como é bebê, uma coisinha assim de nada, pequerrucho, pequenote, pequenito na sua pequenez. É simples, sem qualquer complexidade de sentimentos. Apenas fome e sono. A minha vontade era pegar você no colo, colocar-lhe uma chupeta na boca, para não falar mais nenhuma besteira, e ficar embalando você por muitos anos para que você durma, e enfim, amanheça como um homem de verdade, e todo meu.
Você ainda não entende dessas coisas de amar. Não sabe que a dança deve ser conduzida por dois, e não por um. Dois inebriados, extasiados, apaixonados na pior pieguice. Nada deve ser contido. Tudo deve ser aflorado, todos os sentimentos. Sentir. Sinta. Sinta muito! Sinto muito, meu caro, mas não foi dessa vez, você ainda não sabe dançar, e me deixou, deselegantemente, dançando sozinha. Me entreguei completa e consciente à perda da razão. Você teve o impulso para se jogar, eu até senti, mas esmoreceu, coisas assim não se deixa esmorecer, coisas assim não se perde. E você perdeu, você não soube, cordialmente, pegar na minha mão e me convidar para bailar. No final, eu tive que correr pela cidade, sem ar e sem ninguém para me receitar um plasil para náuseas e vômitos, à meia-luz. Por fim, dancei um tango argentino, sem par.
Não, querido, não faça essa sua cara de nojo! Eu estou bem. Estou sã novamente, e preparada para mais um mambo bem caliente!

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